quinta-feira, 25 de abril de 2013

JAN SAUDEK

             Jan Saudek é um fotógrafo muito interessante, tanto como artista como quanto pessoa. Os interesses podem ser de elogios à críticas. Embora todo artistaseja alvo de elogios e críticas, Jan se destaca por sua temática escolhida.
            Nascido em 1935 em Praga, atual Tchecoslováquia, começou seu trabalho em 1950. Sua temática é um tanto pornográfica, mas segundo ele, ele fotografa o que gosta.
            Gosto pessoal é uma característica impressa em cada trabalho artístico, dificilmente alguém tem coragem de expor o que não gosta, pode ser uma temática interessante. Agora depende do artista ter bom gosto ou mau gosto, mas quem pode definir o que é bom ou mau? A ética poderia até entrar na discussão, porém deveria haver outra discussão para definir a ética que seria usada.
            A temática de Saudek incomoda algumas pessoas, atrai outras, mas será sempre assim, e que obrigação temos de agradar ou desagradar todo mundo? Há quem diga que ninguém pode agradar a todos, eu digo que ninguém pode desagradar a todos também. Sempre, em algum canto do mundo, alguém terá o “bom gosto” ou o “mau gosto” de apreciar o que alguém fez.
            A escolha de uma temática portanto, não se deve dar pela necessidade ou vontade de agradar ou desagradar a todos, há muito mais que isso na arte. Mas é necessário que haja uma certa consciência das consequências que surgirão como resultado da escolha feita, porque não precisamos agradar a todos, nem desagradar a todos também,  mas precisamos ter a consciência de que o ser humano é frustrável com as consequências.
            A inteligência humana é capaz de fazer escolhas e as escolhas são fruto de raciocínios bem ou mal formulados. Me parece que Saudek sabe bem o que quer, embora possa parecer para alguns que ele não é lá um bom artista, Saudek mostra-se muito interessado e focado no seu trabalho que foi fruto de muitas decepções e frustrações também em sua vida. Acho até que seu trabalho foi a forma que ele achou não para fugir da realidade, mas para lidar com suas frustrações de forma aberta e clara. Se foi a melhor escolha para lidar com elas, quem pode dizer?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

ANTES DA CHUVA

Este texto é uma análise do filme "Antes da chuva".

                O filme “Antes da Chuva” de Milcho Mancheski aborda alguns assuntos sobre ética e fotografia. A história mostra duas realidades sociais que parecem estar distantes, mas ao mesmo tempo, mostra que por trás de uma ética que muitas vezes é apenas uma capa, no fundo de cada ser humano há alguns desejos, sentimentos e pensamentos que os induzem a agir de maneiras não éticas.
            A grande dificuldade em se julgar o que é ou não ético é o de se descobrir qual é a verdadeira fonte da ética. Por muito tempo, Deus foi a fonte da ética, o Deus dos hebreus que mais tarde se tornou o Deus do cristianismo, há muito tempo crescente no mundo. Mesmo na época do povo de Israel , haviam vários outros povos que não serviam ao Deus deles, cada povo tinha o seu Deus.  Os outros povos tinham cultos que à vista do povo de Israel e ainda à nossa vista hoje é considerado antiético como o sacrifício de crianças. Mas o próprio povo hebreu tinha costumes que hoje também não é considerado lá muito ético, como o sacrifício de animais.

            Enquanto a ética era baseada em Deus, ela não era mutável, uma vez que Deus não muda (Ezequiel  3:6). Tão logo Deus deixou de ser o legislador da ética, os seres humanos passam a sofrer com a dúvida do que é ético ou não, uma vez que esta agora está em suas mãos.
            Um dos grandes problemas da ética é o relativismo, pode parecer que na ética divina não existisse relativismo, porque muitas vezes ao nosso ver, era uma ciência exata, mas na realidade, embora a ética divina não fosse mutável,  alguns costumes que Ele exigia,  eram sim relativos, não fosse isso, não se haveria encerrado o costume do sacrifício de animas, a pena de morte e muitas outras coisas, isso se deu por Jesus que embora para muitos cristãos Ele tenha vindo para abolir a antiga lei e dar uma nova lei, na verdade veio (segundo a Bíblia), para ensinar a verdadeira ética da lei (Mateus 5:) , ensinar que a ética não está em fazer e sim em ser, mas isso já é uma abordagem do campo da teologia.
            O filme mostra duas culturas em que as pessoas vivem sob suas éticas. Em uma, uma sociedade bem organizada, ocidental, em que o governo é responsável pelos poderes legislativo, executivo e judiciário. Fora do governo, há conceitos éticos que influenciam também as pessoas, conceitos estes que muitas vezes fogem do alcance da legislação tradicional como o da fidelidade conjugal. Não conheço na verdade, algum lugar em que seja ético ou aceitável a traição conjugal, no entanto, nos países ocidentais, uma pessoa que é pega traindo não é presa pela polícia ou condenada à prisão. O filme apresenta uma mulher que é casada tendo um caso extraconjugal com um outro homem, ambos não sabiam que isso é “errado”? Então porque fazem? Porque mesmo que seja errado isso não lhes traz consequências jurídicas?
            Isso mostra que mesmo nos lugares em que há uma lei, quer seja publicada, quer seja imputada culturalmente, a maioria das pessoas deixam de fazer certas coisas não porque de fato as considerem antiéticas, mas por temerem um resultado desagradável para si, neste caso, cada um pesa suas consequências e julga quais resultados serão ou não suportáveis.
            Acontece que mesmo em sociedades assim, há ainda aqueles que por seus motivos, agem contrária às regras da sociedade e desrespeitam os direitos dos outros, exagerando em sua liberdade e, isso sim lhes causa muitas consequências desagradáveis. Aí a lei entra diretamente na vida do indivíduo, privando-lhe certos direitos por causa do que ele fez.
            Em outras sociedades, em que o governo não tem muito domínio, as pessoas buscam obter mais e mais direitos e vivem se confrontando com qualquer que seja diferente de seus princípios ou valores.
            Enfim, até antes de ser inventada a fotografia, as pinturas retratavam e registravam os costumes de uma certa sociedade, muito embora, pudesse fazê-lo apenas do ponto de vista de alguns. Com a fotografia, os costumes e a ética do mundo é apresentado de outra maneira, ela pode registrar o que acontece em tempo real, exatamente como foi,  mas o que pode ou não ser fotografado? A ética na fotografia entra no mesmo dilema.

terça-feira, 9 de abril de 2013

ICC - Instituto Central de Ciências, UnB

Aqui vão alguns desenhos meus do ICC... foram feitos em 08 de abril de 2013.
 Ceubinho (Embaixo do Mezanino Norte)
 Rampa da  Saída  da Ala Centro para a BCE
Instituto Central de Ciências - UnB

O DADÁ A COLAGEM E A PAISAGEM DA ERA INDUSTRIAL

Por Alessandra Alves, Lucas Ximenes, Rodrigo Vieira

INTRODUÇÃO

Hans Harp
            O movimento Dadá surgiu em plena primeira guerra mundial, portanto, em um período bastante conturbado. A sociedade já estava fascinada com o industrialismo que se infiltrou na vida humana modificando seu comportamento e suas percepções.
Em um contexto assim, haviam duas escolhas a fazer: aceitar a guerra e o comportamento humano como algo natural das escolhas feitas até ali ou perceber que havia algo de errado e que era necessário ver as coisas de outra forma, quem sabe, ter que começar do zero.
Esta era a proposta dadaísta, porém apesar de muito interessados em uma nova ordem das coisas, as pessoas envolvidas no dadaísmo (que não eram apenas artistas, mas muitos atores e escritores também) mantinham o pé no chão sobre qual era de fato a sua proposta. Seria impossível criticar a industrialização das coisas partindo do zero, portanto, o dadaísmo se apropria sim de diversos produtos industrializados, mas com a proposta de modificar a visão das pessoas sobre aquilo.
O movimento causou certa revolta e acabou sendo rápido. Mas sua influência está presente até hoje, na maioria dos artistas que procuram protestar contra especialmente, o capitalismo.
O DADÁ

Cabaret Voltaire
Depois do movimento do iluminismo, o mundo parecia enfim prosperar. A partir da segunda metade do século XIX, a chamada segunda Revolução Industrial avançou assustadoramente, trazendo consequências dramáticas às pessoas, em especial, ao seu comportamento. As pessoas começam a deixar suas residências no campo e se direcionarem às grandes cidades, seu comportamento começa a se modificar, tornando-se à imagem das máquinas.
Uma guerra com as proporções da primeira guerra mundial, naquela época era muito assustador. A guerra era uma contradição clara ao racionalismo tanto defendido por pessoas que deram suas vidas para que o sonho da liberdade fosse alcançado por todos e parecia estar se tornando realidade.
Hugo Ball na inauguração do Cabaret Voltaire
A arte Dadá surgiu em 1916, na Suíça e se estendeu por vários países da Europa e América. HugoBall fundou no dia 5 de fevereiro o Cabaret Voltaire em Zurique com Emmy Hennings. Nos Estados Unidos, surge após a exposição de 1913, com dois pintores europeus que são Duchamp e Picabia.
Ball era alemão e já tinha seu envolvimento com a arte, era poeta, escritor, filósofo e diretor artístico de teatro. Tristan Tzara, um poeta romeno, declamava poesias e Richard Huelsenbeck que era medico e poeta alemão era também o apresentador do Cabaret. Hans Arp era pintor e Marcel Janco era pintor e arquiteto, fornecia os cartazes do Cabaret Voltaire com Marcel Slodcki e Max Oppenheimer, as decorações e máscaras. Estes foram os que participaram do início do Cabaret.
O Dadá surge em plena primeira guerra mundial. A guerra fora iniciada em 1914 e, portanto, já estava em seu segundo ano. O mundo estava totalmente desorientado. A primeira guerra mundial inclusive, fora batizada como “a guerra para acabar com todas as guerras”. Hoje, sabemos muito bem que isso fora uma mera ilusão.
Observar portanto, pessoas que ainda estavam interessadas em fazer uso da razão naquela situação é muito interessante, mas estes foram confundidos até mesmo com loucos, por fazerem coisas que pareciam não ter sequer sentido.
Emmy Hennings
Naquela altura dos fatos, haviam duas escolha apenas: reconhecer que a guerra fora um grande atraso e desvio do uso da razão e procurar fazer com que as pessoas percebessem isso ou acreditar que a civilização fizera escolhas erradas para chegar onde chegou e a guerra era apenas o resultado natural do progresso científico e tecnológico.
A arte Dadá parece ter escolhido a primeira opção, contestando claramente os caminhos pelos quais as pessoas trilhavam, em direção oposta ao verdadeiro progresso. Os artistas portanto, se utilizaram da arte para poderem fazer este despertamento nas pessoas. Por isso, muitos movimentos contemporâneos que pretendem protestar contra o sistema capitalista se utilizam dos meios usados por seu precedente dadaísta.

O Nome

            Em 1916, o Dadá já existia. Na verdade, 1916 foi um ano marco para a história oficial do Dadá especialmente em Zurique porque lá foi onde o movimento aconteceu simultaneamente, envolvendo diversos artistas e através do Cabaret Voltaire, atraindo também muitas pessoas. Portanto, em Zurique o Dadá tornou-se bastante popular.
            Em Zurique, Tzara e Janco, ambos romenos, quiseram adotar este nome que na verdade ainda é tema para muita discussão, uma vez que não tem um significado específico, mas que acaba sendo também, fruto do acaso.

A revista

Duchamp e Picabia fundaram a revista 291, que antecipava diversos temas do movimento dadaísta. Eles só aderiram de fato ao movimento em 1918, no último ano da guerra.
            A revista Dadá foi ideia de Tzara, que foi também o responsável pela edição e publicação dela. A partir dela, foi introduzido ao Cabaret, eventos literários, e como fruto, surgem também os poemas Dadá. Estes poemas tinham a proposta de serem também fruto do acaso e iam surgindo juntando frases ou palavras aleatórias dos poetas e declamando-as.
            Os poemas abstratos foram o auge do movimento Dadá, uma vez que fora inédito uma proposta de desconstrução da literatura também. A imagem já estava tentando ser desconstruída de várias formas, mas até o Dadá, ainda possuía certas limitações por acabar sendo arte de galeria, como no caso do Cubismo.

A galeria

            No final de 1916, Hugo Ball e Tzara fundaram a galeria Dadá. O Cabaret Voltaire já havia sido fechado por conta de protestos dos cidadãos da cidade. Todo aquele movimento despertou revolta em muitas pessoas, não era lá muito aceitável aquele tipo de comportamento.
            O movimento Dadá continuou, mas já não mais como antes, tornou-se mais discreto. Ball, Tzara, Janco e Hans Richter organizavam visitas guiadas e durante o trajeto, os guias insultavam as pessoas a fim de lhes provocar. Esta foi uma característica que aconteceu em todo o mundo, por onde o Dadá passou.

O acaso

O Dadá foi um movimento que procurava ser contrário a todo o conceito anterior de arte, querendo contestar tudo o que já havia de arte até então. Para os dadaístas, a verdadeira arte era a antiarte. Era um movimento artístico que negava a própria arte, era um contra-senso.
Os artistas estavam interessados em se livrar das atribuições dadas à arte. Queriam livrar-se das mistificações nela envolvidas bem como o seu papel. O objetivo do Dadá não era construir uma nova arte, mas se construir.
            Uma característica dos artistas Dadá, é que estes gostavam da sensação de liberdade que este movimento lhes proporcionava. Através destas experiências, podiam portanto escutar suas “vozes interiores".
            Com isso, ser artista ganha uma nova característica. O ser artista não é mais exercer uma determinada profissão e dominar determinada técnica, mas é ser ou tornar-se livre.

O anti-acaso

            Mas ao passo que procuravam fazer uma arte livre de todas as regras e prescrições da academia, da sociedade e de qualquer outra forma de modelagem cultural, procuravam também uma disciplina, uma nova ordem para as coisas.
Não era apenas a vontade de destruir tudo o que já se havia construído até ali, tanto é que os artistas dadaístas se utilizavam também de objetos industriais, mas não com a finalidade de utilizá-los da forma para que foram feitos, mas com o intuito de apresentar uma nova visão sobre as coisas que as pessoas já estavam tão habituadas a usar, aceitando cada coisa sem ao menos raciocinar sobre aquilo.
Ao colocar bigodes na Gioconda de Da Vinci, não procura desfigurar a obra prima, mas está apenas modificando uma cópia da obra original, tanto venerada pelas pessoas, mas que não sabem distinguir o original da cópia, tal foi a introdução das imagens produzidas industrialmente.
Duchamp consegue alcançar o topo da ideologia Dadá quando se utiliza de objetos comuns apresentando-os como sendo obras de arte, como por exemplo, o mictório ou uma roda de bicicleta. Descontextualizando-os, traz à discussão a diferença do que é necessário e do que é estético para uma sociedade utilitária. O estético pode ser atribuído por qualquer pessoa que queira teu uma percepção diferente sobre o que está tão presente em sua vida.

EXPOSIÇÕES

Nova York

Aconteceu entre 17 de fevereiro e 15 de março de 1913, na sede do quartel Nacional de Nova York, daí a denominação Armory Show. Foi a primeira mostra da arte Moderna com 1250 obras . Nessa primeira mostra participaram os artista ingres, delacroix, Cézanne, Renoir, Monet, Gauguin, Braque e Duchamp entre outros.

Zurique

Baseando-se unicamente na ironia, irracionalidade e no efeito de choque das suas provocações literárias (ELGUER), a primeira exposição na Suíça aconteceu na inauguração do Bar café Cabaret Voltaire, em 15 de fevereiro de 1916,com o seu fundador e proprietário Hugo Ball reunindo entre os amigos as obras – pinturas, gravuras, peças literárias, textos e recitais. Seus principais representantes nas artes plásticas foram Max Oppeheimer, Hans Harp, Marcel Jacob e na literatura . 

Berlim

O movimento Dada em Berlim foi tumultuado mas tal qual aconteceu em Zurique, a contradição e a ilógica estavam presentes, no entanto devido a situação caótica política Alemã – greves (400.000 trabalhadores em 1918), motim naval, descontentamento com o momento político e social, o dadaísmo em Berlim assumiu uma postura de luta política. Seus principais representantes foram Richard Huelsenbeck, George Grosz e John Heartfield. Em 12 de Abril de 1918, Huelsenbeck e Raoul Hausmann organizaram um noite de recitação na Sezession de Berlim onde foi lançado o primeiro manisfesto Dadaísta da Alemanha intitulado “Dadaísmo na vida e na arte” posicionando contra o expressionismo alemão e enobrecendo as características especiais do Dadaísmo ( ELGER). Propôs também a criação do Club Dada. A primeira exposição aconteceu na Primeira Feira Internacional Dada, numa tentativa de tentar documentar o caráter global do movimento. Aconteceu entre 30 de Junho a 25 de Agosto de 1920. Incluía uma lista de 174 trabalhos distribuídos em várias salas sendo o que corredor que as separavam,  estavam repletos de todo tipo de peças, tudo muito junto, onde a maioria eram de artistas de Berlim, mas com a presença de outros lugares, Zurique – Hans Arp, Dresden - Otto Dix,  Paris – Francis Picabia, Colônia – Marx Enst e Antuérpi – Otto Schmalhausen entre outros. “Eles exibiram todo tipo de arrojo possível em termos de material, opinião e invenção – sem paralelo mesmo em relação ao atual Neo-Dada ou a Pop Art – mas o público não acompanhou, já ninguém queria ver mais Dada” resumiu Hausmann décadas depois.

Fim do Dadaísmo

O Dadaísmo não foi uma vanguarda que perdurou por muito tempo, talvez pela maneira abrupta que apareceu e a força com a qual se propagou, influenciando seu fim precoce. O certo é que com o movimento bem contestador e um tanto quanto “rebelde” os membros do mesmo começaram a se desentender. Tzara, que se intitulava monsieur dadá, não permitiu que tirassem as rédeas de sua mão, mas Breton e Picabia determinavam cada vez mais os rumos do movimento. Sendo assim as tensões começaram a crescer cada vez mais, o que levaria a dissolução do Dadaísmo.  Apesar de artistas como Man Ray, Max Ernst, Ribemont-Dessaignes entre outros artistas e literatos continuarem com sua produção o Dadaísmo havia passado. Em Weimar alguns amigos se reuniram para o “enterro” do Dadaísmo.
Tzara redigiu a oração fúnebre e a pronunciou em Jena, Hannover e Berlin. Foi publicada no numero 7 da revista “Merz” de Schwitters (1923).


Neodada

            Devido ao alto grau de experimentação dos Dadas muitas novas possibilidades gráficas foram empregadas na arte e na indústria, porém o estilo dadá ficou apagado por mais ou menos 30 anos, novos artistas recuperam algumas conquistas do movimento dadá como a assemblage e a apropriação. A inspiração primeira são os ready-mades de Marcel Duchamp (1887-1968), construídos a partir da combinação inusitada de elementos da vida cotidiana ou das simples exposições de objetos comuns. Recriaram uma arte onde nem a natureza nem o ser vivo são o alvo, mas sim o mundo pré-fabricado, um mundo pré-mastigado e no centro disso tudo estaria a PopArt.
            No Brasil, um certo espírito do neodada e da arte pop pode ser localizado em obras da década de 1960, presentes nas obras de artistas como Antonio Dias e Nelson Leirner.

Pop-Art

O visual da pop-art como já dito é do mundo pré-fabricado, das latas de cerveja e das garrafas de Coca Cola, das fotografias de Pin-ups. Uma vanguarda contra a cultura de massa. “Na realidade pode ser qualificada como uma tentativa artística de enriquecer a pobreza de espirito.” segundo Brian O’Dougherty.
            Os anúncios são descolados de seus contextos e transpostos para obra de arte, mas guardam a memória de seus locus original. Ao aproximar arte e design comercial, o artista borra, propositadamente, as fronteiras entre a arte erudita e a arte popular, ou entre arte elevada e cultura de massa.

Happening

O termo happening foi criado no fim dos anos 1950 pelo americano Allan Kaprow para designar uma forma de arte que combina artes visuais e um teatro sui generis, sem texto nem representação. É gerado na ação e como tal, não pode ser reproduzido. Seu primeiro modelo são as rotinas e as fronteiras entre a arte e a vida. Espécie de arte total em que se encontram reunidas diferentes modalidades artísticas – pintura, dança, teatro e musica.

CONCLUSÃO

            O movimento dadaísta foi singular no sentido de não está ligado apenas com a arte como sua única linguagem, mas se apropriou da literatura, da música, em seus poemas ritmados e na escultura, o que influenciou bastante o surgimento do happening.
O dadaísmo foi uma grande festa e um grande protesto, foi a fuga da razão em tempos insanos ou a racionalização da insensatez humana. Seu movimento terminou rapidamente, porém suas contribuições ideológicas e estéticas, perduram até hoje.
Embora sua presença atual não seja de forma sólida como era, ela está dissolvida entre movimentos, ideias e conceitos na indústria, na arte e na propaganda ou por onde quer que tenha passado e “fertilizado” seu solo.

REFERÊNCIAS

ARGAN, Giulio C. Arte Moderna. São Paulo. Companhia das letras, 1992.
RICHTER, Hans. Goethe-Institut, Munique1984.

ELEGER, Dietmar., Dadaísmo. Tachen, 2005.