terça-feira, 6 de agosto de 2013

FOTOGRAFIA AUTORAL - alguns fotógrafos e seus trabalhos

            Francesca Woodman e Jan Saudek são dois grandes nomes da fotografia autoral que tratam de um tema semelhante um com o outro. Ambos tem o corpo como temática, ao mesmo tempo que falam sobre o sexo também.
            É interessante notar como é a vida ou visões sexuais dos artista que trabalham com este assunto. Sempre há histórico de confusão nesta questão em suas vidas, algum desvio de padrão, decepções amorosas e sexuais ou mesmo excesso sexual.
            Saudek ainda é vivo e continua produzindo seus trabalhos voltados à esta temática também. Em um documentário sobre ele, Saudek fala sobre seus pensamentos sexuais, muitos, nada louváveis, quer por conservadores, quer por não conservadores. Suas fotografias agradam a uns, desagradam a outros. O desagrado não é nem tanto pela questão estética, até porque ele resolve muito bem esta questão, mas especialmente pela questão da temática por ele utilizada. Suas fotografias que, hora fala do erotismo e pornografia, hora fala sobre a fragilidade humana e aí se encontra com o tema mórbido do final certo para cada pessoa, com certeza incomodam e muito, muitas pessoas.
Woodman cometeu suicídio aos vinte e dois anos de idade, tinha lá seu histórico sexual também. Sua vida não parece ter sido tão perfeita, mas parece que ela soube se resolver bem em sua linguagem artística. Ela utilizava mais o próprio corpo em algum espaço (normalmente um quarto) e suas fotografias tentavam de alguma forma chamar atenção à ela mesma.
Saudek conseguiu sua fama depois de muito esforço, mas ainda em vida, portanto, pode presenciar o tipo de aceitação do público, pode estar presente em suas exposições e assim ajudar na organização delas. Isso é um privilégio de não muitos artistas. Woodman, por exemplo, embora já tivesse seu reconhecimento em seus ciclos de amizade e nos ambientes em que estava presente, especialmente faculdade, tanto é que boa parte de suas fotografias são exercícios ou trabalhos da faculdade onde estudou. Seu reconhecimento artístico é portanto, mais póstumo, por isso não pode estar presente em suas exposições e tudo mais.
A presença ou ausência do artista é com certeza, significativa em uma exposição. Se ele não está presente, devido a sua morte, com certeza, as críticas não o atingirão, por isso, o resultado será diferente porque ele mesmo não terá o direito de se defender. E quem o defenderá? Será que seu defensor entente bem o que ele queria, quais eram suas intenções, seus anseios...? Sobre isso, o filme “Fotos Proibidas” também fala. Embora a discussão feita por causa da exposição do fotógrafo Mapplethorpe tenha acontecido sem sua presença e, por isso, sem seu direito de defesa, uma decisão foi tomada e sem dúvidas foi importante para se levantar várias discussões sobre liberdade de expressão, liberdade poética, ética, direitos... O que talvez pudesse ganhar outro rumo se o artista estivesse vivo e usasse talvez o bom senso de não querer brigar. Claro que com ele ou com outro, em algum momento esta discussão apareceria, mas todas estas questões são relevantes quanto a produção artística.



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